domingo, 10 de março de 2013

Conteúdo prova filosofia 1° ano.


Mitologia: Uma  das  formas  que  o  homem   encontrou  para  explicar  o  mundo


Por considerar a raça humana irremediavelmente perdida e cheia de defeitos, Zeus, o soberano dos deuses, resolveu acabar com ela. Para isso, provocou um dilúvio no mundo para afogar a humanidade. Apenas o casal formado por Deucalião e Pirra seria poupado, em virtude de sua bondade. Zeus os aconselhou a construírem uma arca e se abrigarem nela. Depois de flutuar nove dias e nove noites, sobre as águas da tormenta, a arca parou no topo de uma montanha, onde o casal desembarcou.
Quando as águas baixaram, apareceu Hermes, o mensageiro de Zeus, e lhes disse que o soberano satisfaria qualquer desejo dos dois. Deucalião lhe disse que queriam ter amigos. Hermes determinou que ambos jogassem por cima dos ombros pedras recolhidas do chão. As pedras jogadas por Deucalião se transformaram em homens ao atingir o solo. As pedras de Pirra tornaram-se mulheres e, assim, o mundo foi repovoado.
Muito semelhante ao episódio do dilúvio bíblico, esse mito grego narra a destruição e o ressurgimento da humanidade na Terra. De fato, a mitologia, entre os povos antigos ou primitivos, era uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza.
Era também um modo de estabelecer algumas verdades que não só explicassem parte dos fenômenos naturais ou culturais, mas que ainda dessem formas para a ação humana. Não sendo, porém, nem racional nem teórico, o mito não obedece a lógica nem da realidade objetiva, nem da verdade científica. Trata-se de uma verdade intuída, que dispensa provas para ser aceita.
À mercê de forças naturais
O mito pode ter nascido do desejo e da necessidade de dominar o mundo, para fugir ao medo e à insegurança. À mercê das forças naturais, que são assustadoras, o homem passou a lhes atribuir qualidades emocionais. As coisas não eram consideradas como matéria morta, nem como independentes do sujeito que as percebe: o próprio ser humano.
As coisas, ao contrário, eram vistas como plenas de qualidades, podendo tornar-se boas ou más, amigas ou inimigas, familiares ou sobrenaturais, fascinantes e atraentes ou ameaçadoras e repelentes. Assim, o homem se movia num mundo animado por forças que ele precisava agradar para haver caça abundante, para fertilizar a terra, para que a tribo ou grupo fosse protegido, para que as crianças nascessem e os mortos pudessem ir em paz para o além.
Mito, magia e desejo
O pensamento mítico, portanto, está muito ligado à magia e ao desejo de que as coisas aconteçam de um determinado modo. A partir dele desenvolveram-se os rituais, como técnicas de obter os acontecimentos desejados. O ritual é o mito em ação. Já nas cavernas de Lascaux e Altamira, o homem do Paleolítico (12.000 a 5.000 a.C.) desenhava os animais - com um estilo muito realista, diga-se de passagem - e depois os atacava com flechas, para garantir o êxito da caçada.
O mito tem funções determinadas nas sociedades antigas e primitivas. Inicialmente, ele serve para acomodar e tranquilizar o homem num mundo perigoso e assustador, dando-lhe segurança. O que acontece no mundo natural passa a depender, através de suas ações mágicas, dos atos humanos. Além disso, o mito também serve para fixar modelos exemplares de todas as atividades humanas.
Atualizando o sagrado
O ritual é a repetição dos atos dos deuses, que foram executados no início dos tempos e que devem ser imitados e repetidos para as forças do bem e do mal se manterem sob controle. Desse modo, o ritual é uma atualização dos acontecimentos sagrados que tiveram lugar no passado mítico.
Assim, o mito é uma primeira narrativa sobre o mundo, uma primeira atribuição de sentido ao mundo, na qual a afetividade e a imaginação exercem grande papel. Sua função principal não é propriamente a de explicar a realidade, mas a de adaptar psicologicamente o homem ao mundo.
O mito primitivo é sempre um mito coletivo. O grupo, cuja sobrevivência precisa ser assegurada, existe antes do indivíduo. É só através do grupo que os sujeitos individuais se reconhecem enquanto tal. O indivíduo só tem consciência, só se conhece como parte do grupo, da tribo. Através da existência e do reconhecimento dos outros, ele se afirma enquanto ser humano.
A prevalência da fé
Outra característica do mito é a de apresentar-se como uma verdade que não precisa ser provada e que não admite contestação. A sua aceitação decorre da fé e da crença. Não é uma aceitação racional, fundamentada em provas e raciocínios.
Sob essa perspectiva coletiva, a transgressão da norma, a não-obediência da regra afeta o transgressor e toda sua família ou comunidade. Desse modo é criado o tabu - a proibição -, cuja desobediência é extremamente grave. Só os ritos de purificação podem restaurar o equilíbrio da comunidade e evitar que o castigo dos deuses recaia sobre todos.
PENSAMENTO SOCRÁTICO
O período clássico da história da Grécia Antiga, séculos V a. C. ao IV a.C. Período também conhecido como Socrático ou Antropológico. Foi nesse período, que viveram: os sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles.

Antropologia: É a busca pela compreensão do homem no seu contexto histórico social, econômico, político e cultural.

Sofistas: Homens dotados do poder de convencimento (persuasão: oratória e retórica). Vendiam seus supostos conhecimentos de cidades em cidades. Afirmavam serem os possuidores de todo o conhecimento.  Enquanto que os primeiros filósofos gregos preocupavam-se com as questões do universo, a unidade e a diferença, o maior interesse dos sofistas concentrava-se sobre o próprio homem e seu comportamento. Porém de modo que se preocupavam no mecanismo que permitia ao homem fazer coisas para si. A atividade dos sofistas chama-se sofística, que é caracterizada pro: saber acrítico, comércio da filosofia, uso da erística (debate sem sentido, apenas por prazer e não pela busca pelo conhecimento verdadeiro), valorização da retórica e ênfase à vantagem pessoal.

Principais sofistas: Górgias, Hípias, Protágoras e Trasímaco.


Sócrates, de origem pobre e humilde, Filho de um escultor – Sofronisco e de uma parteira – Fenareta

Importância do Pensamento Socrático: Mudança de foco no questionamento filosófico. O homem e seu comportamento tornam-se objeto principal de sua investigação. (antropologia).

Pai da Filosofia. Preocupação ética e moral.

Para Sócrates, a Filosofia não é uma profissão e sim “um modo de vida”. Foi condenado à morte (tomou um veneno chamado cicuta) por acusação de corromper a juventude, violar as leis da cidade e introduzir novas divindades em Atenas. 

Método Socrático: Constitui-se em contribuir para tirar o indivíduo da sua ignorância e constitui-se de duas fases.
1-Exortação: Sócrates convida o interlocutor a filosofar, a buscar a verdade.
2- Indagação: Sócrates faz perguntas, comentando as respostas e voltando a perguntar caminha com o interlocutor para encontrar a definição da coisa procurada.

Tais perguntas dividem-se em duas partes:

a) IRONIA (Eironéia ou Refutação) = Demonstrar ao indivíduo através de perguntas a sua ignorância. Mostrar que o interlocutor é cheio de preconceitos, opiniões subjetivas, imagens sensoriais acatadas, enganos, etc.

b) MAIÊUTICA (Parturição: Em grego: “arte de dar a luz”, PARTO DE “IDÉIAS”) = Provar ao homem pelo método dialógico que ele é capaz de chegar à definição do verdadeiro conceito. (Parir idéias)
• Frase Célebre: “Conhece-te a ti mesmo”. “Sei que nada sei.”
* A ciência (episteme) socrática resulta do método e significa “conhecimento autêntico e racional”.

Por operar com o exame de opiniões (doxa)- definições parciais, subjetivas, confusas e contraditórias-, para chegar à definição universal e necessária, Sócrates inicia o que Aristóteles chamará de indução: chegar ao que é universal por meio do particular. Por realizar-se na forma de diálogo, por produzir argumentos para mostrar que uma opinião é ou parcial, ou confusa ou contraditória, ou mesmo errada, e por mostrar ao interlocutor do erro cometido e da necessidade de prosseguir na investigação. A indução socrática constitui a dialética socrática.

Conhecimento: Sócrates sempre dizia que sua sabedoria era limitada a sua própria ignorância (Só sei que nada sei.). Ele acreditava que os atos errados eram conseqüência da própria ignorância. Nunca proclamou ser sábio.

Virtude
Sócrates acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era se concentrando no próprio desenvolvimento ao invés de buscar a riqueza material. Convidava outros a se concentrarem na amizade e em um sentido de comunidade, pois acreditava que esse era o melhor modo de se crescer como uma população.

Suas ações são provas disso: ao fim de sua vida, aceitou sua sentença de morte quando todos acreditavam que fugiria de Atenas, pois acreditava que não podia fugir de sua comunidade. Acreditava que os seres humanos possuíam certas virtudes, tanto filosóficas quanto intelectuais. Dizia que a virtude era a mais importante de todas as coisas.

Política
Diz-se que Sócrates acreditava que os ideais pertenciam a um mundo que somente os sábios conseguiam entender, fazendo com que o filósofo se tornasse o perfeito governante para um Estado. Se opunha à democracia que era praticada em Atenas durante sua época.
Acreditava que a perfeita república deveria ser governada por filósofos. Acreditava também que os Tiranos eram até mesmo menos legítimos que a democracia.
Diálogos: Os diálogos socráticos são uma série de diálogos escritos por Platão e Xenofonte na forma de debates entre Sócrates e outras pessoas de sua época; ou mesmo debates entre Sócrates e seus seguidores (como Fédon).
A Apologia de Sócrates é um monólogo, agrupado junto com os diálogos. A Apologia (no direito grego, uma defesa) é um registro do discurso que Sócrates proferiu em seu julgamento. A maioria dos diálogos aplica o método socrático: 

A República, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon.

Ética
Sócrates interessava-se por assuntos humanos, reconduzindo a sabedoria a uma investigação sobre a vida e os costumes, os bens e os males humanos. Por isso, desde a antiguidade foi reconhecido como o fundador da filosofia enquanto Ética, isto é, um saber que trata fundamentalmente dos fins da vida humana.

O pensamento platônico
           Além de Sócrates, Platão teve outras influências, como por exemplo os pitagóricos, Heráclito e Parmênides. Sua filosofia contém, basicamente, dois elementos: o metafísico e o moral.
           A famosa "teoria das formas" — com frequência erradamente traduzida por teoria das idéias — é a mais importante contribuição platônica à filosofia. Segundo Platão, o mundo sensível (o que se apreende pelos sentidos), variado e mutável, é apenas um aspecto do mundo real, constituído por formas puras, fixas e imutáveis que só podem ser conhecidas intelectualmente, através da razão pura.
          Platão, como os pitagóricos, acreditava que a alma já existia antes do corpo, continuava a existir após a morte e posteriormente entrava em novo corpo prestes a nascer. Em estado puro, era a alma capaz de contemplar sem obstáculos o Mundo das Formas; ao adentrar um novo corpo, porém, ocorria um choque e produzia-se o esquecimento. Mas, traços dessa contemplação permaneciam no espírito e podiam ser eventualmente reativados. Para conhecer, portanto, era preciso relembrar.
         A forma suprema é a do Bem, capaz de tornar compreensíveis todas as demais. O verdadeiro conhecimento é o conhecimento do Bem. O filósofo, de todos o mais apto a adquirir esse conhecimento, é consequentemente o mais apto a governar a pólis ideal.

Politica para Platão.

Para Platão, o primeiro e fundamental problema da política é que todos os homens acreditam-se capacitados para exercê-la, o que lhe parece um grave equívoco, pois ela resulta de uma arte muito especial. Distingue então três tipos de artes: 
1 - aquelas que ele chama de auxiliares (que podemos classificar como as de ordem técnica, como o artesanato, a marinhagem, o pastoreio, etc...);
2 - em seguida vem as artes produtoras (o plantio, a tecelagem, o comércio, etc..), e por último:
3 - a arte de saber conduzir os homens, que seria a política propriamente dita, superior a todas as outras.

Para melhor ilustrar o seu ponto de vista, recorre a uma comparação: a atividade do político, disse ele, assemelha-se à da tecelagem. Nada mais é do que a arte da vestimenta, o que implica na escolha do tecido, das peças que devem ser costuradas à mão, e da armação final, pois seu objetivo maior é dar segurança e abrigo, da mesma forma que um trajo protege das intempéries e assegura os pudores. Por isso, o político deve desenvolver habilidades tais como saber cardar e fiar, porque um dos seus afazeres maiores é conseguir misturar o tecido maior e melhor com o menor e o pior (isto é, encontrar o equilíbrio entre os fortes e poderosos e os mais fracos e indefesos).

Quem, porém, entre eles, pode se habilitar a esta arte, a de dedicar-se à ciência do tecer? O pensador então estabelece uma espécie de escala da qual, a princípio, são eliminados os escravos, fazendo a seguir restrições também a maioria dos homens livres em geral (aos camponeses, aos artesãos, aos comerciantes e aos marinheiros, desqualificando-os para o exercício de tal arte). Entre os que realmente ambicionam dominar a arte da política, ele aponta os pertencentes aos setores intelectualizados da sociedade: os arautos (os mensageiros), os advinhos, os sacerdotes e os magistrados. Ocupando um lugar especial entre esses que querem ter voz ativa na política, ele identifica um estranho grupo que diz ser composto por centauros, sátiros e outros animais fantásticos, que rondam por assim dizer o mundo da política, ameaçando toda hora quer dele participar ativamente (o que nos leva a interpretar tal grupo bizarro como uma metáfora dos elementos irracionais que pululam na sociedade tentando dominá-la).

A seguir, dedica-se a descrever as formas em que os regimes político se constituem, adotando a conhecida classificação numeral: o regime de um homem só (que se subdivide em monarquia, onde um rei obedece a lei e a tradição), e na tirania, (o governo discricionário); o regime de alguns (o governo de um grupo que se subdivide em oligarquia e aristocracia); e, por fim, o governo dos muitos (a democracia). Neles opõem-se nos mais diversos graus, a riqueza e a pobreza, a violência e a liberdade, a obediência às leis escritas ou a ausência de leis. Qual dentre eles afigura-se como o melhor?

Platão minimiza a importância das formas que os regimes políticos assumem. Neste momento da sua exposição, por meio do Estrangeiro, personagem principal do diálogo, a monarquia, a tirania, a oligarquia, a aristocracia ou a democracia, afiguram-lhe ser de menor interesse perante o fato maior de saber-se dominar a ciência da política. Pois é esta ciência (a que determina o que realmente é importante para a política), a arte de saber governar os homens, "a mais difícil e maior de todas as ciências possíveis de se adquirir", é que nos possibilita a ajudar a afastar os rivais do Rei Filosofo (isto é, o governante ideal). Ele é um instrumento de seleção que, ao mesmo tempo que nos permite dissuadir os pretendentes equivocados, auxilia a persuadir os vocacionados a ingressarem na política.Para o pensador é o Rei Filosofo quem merece ser o arcon, de ter o titulo de rei, pois somente ele detêm o conhecimento da ciência política, estando no poder ou não.

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